Aposto que você ouviu uma entrevista de jogador de futebol parecida com essa no último fim de semana. E no penúltimo também. E no antepenúltimo, e no outro, e no outro... pois é.
Saudosas as entrevistas de Romário, Vampeta, Edmundo e outros, que sabiam fazer daqueles 10 minutos antes de um jogo um atrativo a mais, e não simplesmente algo chato que só serve pra você não perder o início do jogo. Mas será que essa monotonia é culpa dos jogadores?
É importante lembrar que, enquanto a maioria dos jogadores não tem sequer ensino fundamental concluído, todo e qualquer repórter de campo com certeza tem formação escolar, e imagino que todos tenham ensino superior. Tudo isso pra abordar o jogador com perguntas imbecis como "Qual a sensação de estrear pelo clube tal?" ou "O que que vocês pretendem no jogo de hoje?". Entrevistas hoje são apenas tapa-buracos de transmissões muito mais por causa de jornalistas covardes e bitolados, do que por causa de jogadores. Afinal a função de fazer a entrevista acontecer é do repórter, e só dele.
Falta coragem para perguntar aquilo que o torcedor perguntaria se estivesse lá, já que é para isso que a entrevista serve. Perguntar o que o jogador fazia na balada no dia anterior se a fase dele não é boa, ou por que ele preferiu chutar todas aquelas vezes mesmo vendo um companheiro melhor posicionado. Ou perguntar ao técnico por que ele escalou aquele jogador que a torcida já não aguenta mais, e deixou a contratação no banco de reservas.
Para não deixar só críticas, destaco Cícero Mello (ESPN) e Carlos Alberto Cereto (SporTV) como exemplos de repórteres corajosos, que não se sentem com o dever cumprido fazendo perguntas débeis apenas para passar o tempo. Certamente, se todos os repórteres fossem como eles, futebol conseguiria nos entreter por mais de 90 minutos.
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