quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Rir é o melhor remédio... sempre

Mais do que nunca, a tendência do ser humano ao stress (definido como uma "doença psicológica") vem tomando forma. Uma rotina que antes se limitava a acordar, tomar café da manhã, colocar a roupa de sempre e ir para o trabalho ficar vendo a hora passar até ir finalmente de volta pra casa, já não tem mais aquela mesma cara "amigável".

As preocupações triplicaram-se. Acordar, tomar café, escovar os dentes com fio dental, antisséptico, escova, flúor antibacteriano, ir para o trabalho da manhã, sair correndo para o almoço em um fast-food qualquer, voar até o escritório onde passará a tarde, fazer um lanche apressado e, às vezes, ainda rola até aquele estudo depois. Senão, talvez ainda sobre tempo para gastar em um banho mais demorado, relaxante... pelo menos até você receber aquele telefonema que pode ser sobre um dos seus infinitos compromissos importantes da semana, ou até você perceber que acabou um dos vários produtos químicos que o dermatologista recomendou e você esqueceu de comprar.

Definitivamente, não dá pra manter a calma sempre. O nervosismo impera em boa parte dos nossos dias, e aparentemente não há remédio para controlá-lo. Se tomamos calmante, perdemos a "pegada", o que acabaria virando mais motivos para se estressar. Diante de um cenário tão agitado, muitos recomendam - e eu apoio - uma fórmula mágica e muito simples: rir. Divertir-se.

Infelizmente, nos dias atuais, vem crescendo cada vez mais o vício pelo correto, pela etiqueta, por aquilo que eu gosto de chamar de "senso de mau humor", o que sem dúvidas prejudica ainda mais o nosso afastamento do stress. Não tardará a chegar o dia em que todas as piadas que seremos livres de fazer se resumirão a "qual o cúmulo de..." e "o que é um pontinho...". Aliás, esta última é até perigosa, porque aqueles que se atreverem a sequer começar com "o que é um pontinho preto..." já serão logo taxados de racistas criminosos.

Encontrei por esses dias uma reportagem do Diário do Pará, na qual o jornalista relata sua experiência após assistir a um show do humorista Rafinha Bastos, frequentemente processado por fazer piadas ditas "de mau gosto". Não é necessário ler tudo, já que o último parágrafo resume muito bem o que ele quer passar:

"Ao final, a sensação que se tem é que Rafinha quer fazer apenas humor. Tudo bem que algumas coisas parecem agressivas aos ouvidos, mas não diferem muito das piadas feitas em mesa de bar, ou em humorísticos antigos e nada politicamente corretos como 'Viva o Gordo', 'Os Trapalhões' e 'Chico Total'. Talvez o que se tenha perdido com o tempo é a capacidade de rir da própria vida e do que é diferente - e todos, em alguns aspecto, somos assim, seja por sermos brancos, negros, índios, altos, baixos, gordos, magros, homens, mulheres, tudo depende do referencial. No mais, são só piadas. Apenas piadas."

Por fim, recomendo um último texto a quem também se interessa por esse assunto, do professor de História da UFRJ Luiz Antônio Simas: O Cravo não brigou com a Rosa

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