quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Um outro Ronaldo, um outro Fenômeno



Não me dei o trabalho de procurar melhor nos dicionários, mas quando eu ouço a palavra "fenômeno", penso em algo que acontece sem razões aparentes e bastante complicado de explicar. Isto talvez se encaixe ao Ronaldo Fenômeno "original", eterno atacante da seleção, ex-Inter, Real Madrid e Milan, e que hoje se aventura nos confins obscuros da CBF, mas se encaixa também, e talvez muito melhor, a Ronaldinho Gaúcho. De maneiras diferentes.

Todos sabemos que é bastante comum jogadores excepcionais enfrentarem fases ruins. Fernando Torres no Chelsea, David Villa no Barcelona e, puxando um pouco mais para trás, Ibrahimovic no mesmo Barcelona; entre tantos outros exemplos. Mas que explicação dar sobre um jogador cuja carreira cai de forma brutal e permanece em baixa após 6 anos, em uma trajetória de melhor do mundo em 2005 e 2006 a câncer de um time em 2012?

Câncer, sim, e acredito sinceramente não estar exagerando. Mandar e desmandar em um clube onde a presidente não consegue lhe dizer um "não", talvez por fraqueza, talvez por orgulho após ter conseguido trazer para o Flamengo o próprio Ronaldinho em sua administração; causar a queda de um técnico que tentou impor ordem e disciplina na casa, diferente de todos os anteriores; e ainda retribuir com atuações pífias dentro de campo. Estes são alguns dos motivos pelos quais R10 hoje, como jogador, não ser nada mais do que um câncer.

Ronaldinho deixou o Barcelona em baixa, mas ainda dando a todos a esperança de que voltaria a ser o antigo Ronaldinho cujo futebol todos aprenderam a admirar. Foi bem recebido no Milan, e lá teve lampejos (leia-se passes de muito longa distância e gols, em sua maioria, de pênalti) que chegaram a gerar pedidos de convocação para a seleção. Voltando a enfrentar uma maré de total falta de inspiração após a não-convocação para a copa, Ronaldinho veio parar no Flamengo após um vergonhoso leilão promovido por seu ilustríssimo empresário e irmão. Por aqui, teve novos brilharecos em 2011, mas nunca engatou uma sequência de bons jogos dentro de campo, apesar de uma boa sequência de episódios vergonhosos fora dele. E agora, em 2012, já vem dando sinais de que sua temporada tem tudo para ser pior que a anterior.

Aquele que já foi o melhor jogador do mundo por dois anos seguidos no Barcelona, hoje é um jogador dispensável e um criador de confusões no Brasil. Não consigo achar uma definição melhor: é um fenômeno.