sábado, 13 de agosto de 2011

Inimigo invisível

Já se imaginou perseguindo e combatendo um inimigo que você nem sabe quem é ou onde mora, sabendo apenas que ele existe e o que ele faz? Sim, porque apenas saber que ele existe e o que ele faz já é o suficiente para que você não consiga conviver com a ideia de que ele está livre. De que ele está vencendo.



Podemos todos nos acomodar no pensamento de que o (excelente) filme de José Padilha nos traz apenas uma imagem exagerada do que é o "sistema brasileiro", só para dar mais emoção. Infelizmente, cada vez mais me convenço da ideia de que a imagem é de fato realista, e pior: é apenas um pequeno retrato de um problema muito maior.

Alguns dirão que é problema do capitalismo. Que talvez no comunismo isto não ocorresse. Outros falarão até em anarquias. Mas a verdade é que, sendo os humanos tão facilmente corruptíveis, qualquer sistema político é problemático. Assim como, se não fôssemos, capitalismo, comunismo ou anarquismo não seriam causas de nenhum desvio social.

Mas ainda há pessoas como a juíza Patricia Acioli, irracionalmente assassinada em 12 de agosto, que demonstram que é possível nadar contra a correnteza da falha natureza humana. Que ela desperte a revolta dos demais juízes, advogados e delegados dispostos a dedicar suas carreiras à luta contra os políticos, empresários e policiais desonestos.

O inimigo está cada vez mais escancarado. E ao mesmo tempo, invisível.

Um comentário:

  1. André L.A.B. Martins14 de agosto de 2011 às 02:27

    O ser humano por essência sempre quer ter mais...
    A cobiça é o cancer da humanidade

    ResponderExcluir